segunda-feira, 20 de abril de 2015

Cadeiras Assassinas

No mundo atual dependemos muito das cadeiras. Ficamos horas e horas sentados, fazendo diversas atividades, como trabalhar, comprar, comer, namorar etc.
Diversos estudos feitos nas últimas décadas, envolvendo quase um milhão de pessoas apontam para a seguinte conclusão: Cadeiras são letais.
Um estudo de 2010, feito com mais de 8.000 adultos durantes sete anos, apontou um índice de aumento nas mortes de aproximadamente 46% para quem ficou mais de quatro horas sentado em frente a uma televisão do que aqueles que ficaram sentados menos de duas horas. Ficar sentado por mais da metade do dia aumenta o risco de contrair diabetes e doenças cardiovasculares. Sedentários tem mais de 50% de possibilidade de morte precoce.



Ficar sentado muito tempo não é bom para o nosso corpo que não foi feito para ficar ocioso. A falta de movimento desacelera o metabolismo, reduzindo a quantidade de alimento convertida em energia, promovendo o acúmulo de gordura, obesidade, e o conjunto de doenças cardíacas, diabetes, artrite e mais. Permanecer sentado é ruim para os magros também, pois pode levar a picos de açúcar no sangue.
Associamos a obesidade ao ato de comer em excesso e esquecemos o quanto ficamos sentados. Ficar sentado pode ser muito mais perigoso do que comer demais e mudar um modo de vida sedentário pode ser muito mais fácil do que mudar hábitos alimentares.
Muitos estudos apoiam a visão de que movimentos simples exercem efeitos sobre a saúde. Não exigem idas inconvenientes à academia ou corridas diárias. Movimentos sem exercício, feito em vários períodos do dia, pode ser o truque. Trabalhadores, empresas e escolas começam a incentivar funcionários a saírem das cadeiras.
Ao comparar as pessoas que trabalham no meio agrícola, que se sentam no máximo três horas por dia com aquelas que ficam sentadas até 15 horas diárias, percebeu-se que o trabalho agrícola faz com que estes trabalhadores percam duas mil calorias a mais em comparação com os funcionários de um escritório. Este fenômeno é chamado de "termogênese de atividade sem exercício" (NEAT em inglês).
As pessoas ignoram que a vontade de se movimentar é tão biológica quanto respirar. Em animais, o movimento permite que o agressor persiga, o ameaçado fuja, o predador alcance e o reprodutor encontre companhia.
No cérebro, mais precisamente no hipotálamo, circuitos complexos monitoram e respondem ao consumo de calorias, atividade e repouso. Ele controla o apetite e fará com que você fique com fome caso passe um dia inteiro com atividades que movimentam seu corpo. Nos músculos, acontece o contrário. Um sistema de feedback detecta o excesso de esforço e sinaliza a uma pessoa que ela pare e descanse. Ao permanecer muito tempo sentado, afetamos esse equilíbrio biologicamente determinado.


Para combater esta situação, algumas empresas estão criando soluções criativas, como reuniões em pé, trilhas nos carpetes e até criando uma zona livre de emails, forçando as pessoas em salas próximas a evitar o envio de email para colegas. Algumas escolas estão se adaptando também. Mesas para os alunos ficarem em pé ou até mesmo a prática de ortografia e matemática enquanto jogam bolas. Cidades estão sendo remodeladas também, criando zonas livres de carros. O tempo de locomoção aumenta pouco, a qualidade do ar melhora e as despesas médicas despencam.  A vida livre de cadeiras não apenas promove a saúde, mas também poupa dinheiro.
Vivemos em um mar de cadeiras assassinas: ajustáveis, giratórias, reclináveis, com braços, espreguiçadeiras, divãs, sofás, poltronas, de quatro pés, de três pés, de madeira, de couro, de plástico, de carro, de avião, de trem, de jantar e de bar. A boa notícia é que você não precisa usá-las. Parabéns, se você leu esse artigo em pé. Se não, levante-se!

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