sábado, 3 de dezembro de 2016

A Flora na Era dos Dinossauros

Muito se fala na época em que os dinossauros viviam na Terra, mas sempre falamos deles e nunca da vegetação que havia naquela era e que servia como base da cadeia alimentar para os herbívoros que ali viviam.


Antes de falar da vegetação da época, vamos nos situar neste período que compreende um espaço de aproximadamente 185 milhões de anos que se iniciou a certa de 250 milhões de anos atrás, chamada de Era Mesozoica, e que era subdividida em três grandes períodos: Triássico, Jurássico e CretáceoMesozoico significa "Vida Média". Esta era sucedeu a Era Paleozoica ("Vida Antiga") e precedeu a Era Cenozoica ("Vida Nova"). 
Naquela época existia apenas um "supercontinente" chamado de Pangeia, e posteriormente, ao se dividir em dois outros continentes, a parte norte foi denominada Laurásia e a parte sul, Gondwana. O clima era mais úmido próximo ao litoral e mais seco à medida que se adentrava o interior do continente. A temperatura era um pouco mais elevada que a de hoje. Cerca de 3º C mais alta em média, por volta de 17ºC contra os 14ºC atuais. Pode parecer pouco, mas alterava períodos de grandes inundações com outros de secas.

O Supercontinente Pangeia


Triássico (250 a 201 milhões de anos): Este período começa logo após o Permiano, último período da Era Paleozóica, que se encerrou após uma grande extinção (Extinção do Permiano-Triássico), também  chamada de A Grande Agonia, onde aproximadamente 90% de todas as espécies marinhas e 70% das espécies terrestres de seres vivos que habitavam a Terra, foram extintas. Uma das hipóteses para esta grande extinção, mas também a menos provável, foi a formação do supercontinente Pangeia, que causou uma diminuição significativa das linhas da costa e de ambientes marinhos pouco profundos e uma regressão ou diminuição do nível do mar nas margens, onde se encontra a maior parte dos habitats ricos em termos de biodiversidade. Com o desaparecimento destes habitats, extinguiram-se muitas formas de vida marinha. O argumento contra esta hipótese é que, segundo os biólogos, estas mudanças geológicas seriam lentas o suficiente para as formas de vida se adaptarem pelo processo da evolução, e portanto não levaria tantas espécies à extinção. A teoria mais aceita pela comunidade cientifica atualmente, chama-se Hipótese da arma de clatratos. Ela diz que um tipo de erupção vulcânica gigantesca aconteceu no território da Sibéria, que libertou grandes quantidades de dióxido de carbono, aumentando o efeito estufa em 5 graus extras na temperatura da Terra. E por consequência disso, ocorreu a sublimação de uma grande quantidade de metano congelado no fundo dos oceanos. A liberação deste metano para a atmosfera causou o aumento em mais 5 graus a temperatura do efeito estufa, somando 10 graus extras a temperatura do mundo. E com isso os únicos lugares onde a vida poderia sobreviver seriam próximos aos Polos geográficos da Terra. Para os biólogos esta explicação é mais plausível, pois esta mudança rápida de temperatura não poderia ser acompanhada pelo processo evolucionário de adaptação. Embora a maioria das espécies marinhas desapareceu nesta época, era nos oceanos que a maior parte dos seres vivos do planeta habitavam. Assim, o fitoplâncton formava a base da cadeia alimentar dos seres marinhos.

Fitoplâncton
Em terra firme, o que se viam eram musgos, hepáticas, samambaias, florestas de coníferas acarpetadas, como nogueiras, cicas e palmeiras.

Musgos

Hepáticas

Samambaias

Cicas

Florestas de Coníferas

Jurássico (201 a 145 milhões de anos): Este período começa logo após o Triássico, primeiro período da Era Mesozóica. Este período se iniciou após após uma grande extinção (Extinção Triássico-Jurássico) de aproximadamente  20% de todas as espécies de seres vivos que habitavam o planeta, principalmente no ambiente marinho. Esta extinção permitiu que os dinossauros se tornassem os seres vivos dominantes do planeta, que se estendeu ao período Cretáceo. As causas desta possível extinção podem ter sido mudanças no clima e no nível dos oceanos, não sendo a mais provável. Pode ter ocorrido um impacto de um asteroide, mas nunca foi encontrada uma cratera correspondente. A mais provável causa seria a grande liberação de dióxido de Carbono  e dióxido de enxofre na atmosfera, resultado de intensa atividade vulcânica, que pode ter causado um grande aquecimento global seguido de resfriamento.
Durante o Jurássico, o clima quente e úmido fez com que as florestas se proliferassem, o que fez a diversidade de plantas se tornar muito maior que a do Triássico. As plantas predominantes são: cicadáceas, ginkgos e coníferas gigantescas (sequoias). Também é neste período que surgem as primeiras plantas com flores.

Cicadáceas

Ginkgos

Sequoias

Cretáceo (145 a 66 milhões de anos): Este período começa logo após o Jurássico, período intermediário da Era Mesozóica e se encerra com o início da Era Cenozóica, novamente com mais uma grande extinção (Extinção K-PG) de mais de 60% das espécies da Terra e que marca a extinção dos dinossauros. Este evento teve um enorme impacto na biodiversidade da Terra e vitimou boa parte dos seres vivos da época, incluindo os dinossauros e outros répteis gigantes. Os dinossauros teriam sido extintos devido ao impacto de um asteroide com a Terra. Essa ideia, formulada em 1980 e publicada em 1982, evoluiu e atualmente desponta como a melhor teoria para explicar o fim dos dinossauros. 



O primeiro indício de que essa teoria estaria correta surgiu em 1978 com a descoberta de uma fina camada de irídio nas rochas que se formaram no fim do período Cretáceo. O irídio é um elemento raro no planeta Terra, mas é encontrado com frequência em asteroides e cometas. A segunda evidência a favor dessa teoria veio com a descoberta de uma enorme cratera soterrada em Chicxulub, no Estado de Iucatã, México, medindo cerca de 180 quilômetros de diâmetro. 


De acordo com diversos estudos, o asteroide que caiu no México tinha mais de 10 quilômetros de diâmetro e o impacto dele com a Terra liberou energia equivalente a da explosão de cinco bilhões de bombas atômicas como as usadas sobre Hiroshima e Nagasaki em 1945 (o que corresponde a cerca de 100 mil gigatons de TNT). Um impacto dessas dimensões teria erguido poeira e terra suficientes para tapar a luz do Sol durante anos, matando assim a maior parte das espécies vegetais que necessitavam fazer fotossíntese para viver. Sem os vegetais os dinossauros herbívoros acabaram morrendo de fome e, sem esses, os dinossauros carnívoros morreram também. Essa reação em cadeia teria causado a extinção total dos dinossauros. Durante o Cretáceo há a proliferação das plantas com flores (Angiospermas) e surgimento da grama e das plantas rasteiras.

O Mundo no Período Cretáceo - Os continentes atuais começam a se formar

Angiospermas - Flores

Gramíneas
Enquanto isso, no Brasil...

As estações do ano eram mais ou menos como hoje: Um grande verão chuvoso e um inverno seco. No verão formavam-se rios temporários devido à grande quantidade de chuvas, mas no inverno, eles evaporavam ou formavam áreas alagadas.
Na transição do Jurássico para o Cretáceo o sul do Brasil era parecido com o cerrado de hoje. A planta típica era o Dicroidium, grupo de Gimnospermas primitivos parecidos com a Samambaia.

Dicroidium

As plantas eram quase todas gimnospermas (sem flores e frutos). O mais próximo de frutas que existiam eram os pinhos das coníferas, que serviam de comida a alguns dinos. No Cretáceo, as angiospermas se proliferaram, com frutas pouco carnosas e flores muitas vezes microscópicas e quando os dinossauros foram extintos, a Terra estava cheia de novas cores e perfumes.
No Jurássico, os pinheiros se estendiam do Sul ao Nordeste, incluindo o Centro-Oeste. Os dinossauros herbívoros se alimentavam principalmente de samambaias e cavalinhas nas áreas mais úmidas. Nas áreas secas, comiam todo tipo de gimnosperma. Folhas, galhos e até cascas de árvores , por serem tomadas por fungos e bactérias, tornavam o alimento mais nutritivo.
Cavalinhas
Algumas angiospermas do final do Cretáceo:

Archaeanthus

Ericales

Magnólia

Paleoclusia

Rose Creek

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