Também chamado de Tecido Adiposo Marrom ou multilocular, ele se diferencia do Tecido Adiposo Branco ou unilocular por conter numerosas
partículas de lipídios e uma
quantidade muito maior de mitocôndrias,
que contém ferro, por isso a cor marrom. Já os adipócitos brancos (gordura) possuem uma única partícula de lipídio. A Gordura marrom é muito abundante em
recém-nascidos e em mamíferos hibernantes. Sua função principal é manter o
calor corporal, em animais recém-nascidos que não tremem.
Quando falamos de gordura a
primeira coisa que pensamos é em como elimina-la de nosso organismo, pois
associamos a mesma a doenças como a diabetes tipo 2 (mais comum) e problemas
cardíacos. Pesquisadores buscam formas de reduzir os depósitos de gordura, que parecem causar
mais mal do que bem.
Adipócitos - Células de gordura |
.O adipócito branco é inerte. Sua única gota de gordura só faz armazenar energia e se acumula no organismo. O adipócito marrom possui muitas gotas menores, que são facilmente quebradas pelas pequenas usinas moleculares chamadas mitocôndrias, gerando calor. Os bebês, por exemplo, como não são capazes de tremer, dependem desta gordura para manter a temperatura corporal. Neles, ela se acumula principalmente no pescoço e ao redor dos ombros. A novidade é que adultos também possuem este tipo de gordura.
A partir desta descoberta, o objetivo dos cientistas passou a ser como fazer com que este tipo de gordura pudesse por fim à obesidade. Se o organismo pudesse produzir gordura marrom adicional, uma quantidade maior de calorias se transformaria em calor, reduzindo a quantidade de gordura branca no processo. A maneira mais fácil disso acontecer seria expor as pessoas a temperaturas baixas. Mas não é tão fácil assim. A complexidade do processo desanimou os cientistas.
Atualmente os cientistas compreendem muito melhor a gordura marrom. Descobriram melhores técnicas de localizar a mesma sob a pele e evidências sugerem que ela pode mesmo reduzir os depósitos excessivos de gordura. Também descobriram compostos que podem ativá-la independente de temperaturas baixas.
A transformação de gordura branca em gordura marrom pode proteger os
animais, e nós seres humanos, contra o diabetes, a obesidade e o acúmulo
de gordura no fígado (ou esteatose hepática). Inclusive, os níveis de
glicose são mais baixos em humanos com mais gordura marrom.
Antes de mais nada, foi preciso descobrir como o frio afetava o processo, ou seja, como o corpo sinaliza essa mensagem para suas células. O
corpo pode sentir e transmitir as mudanças ambientais aos diferentes
órgãos através dos nervos e hormônios. Estes são os mensageiros que
levam a informação de uma célula do cérebro, por exemplo, para uma
célula muscular ou gordurosa.
Quando
estamos com frio, primeiro ativamos a nossa gordura marrom porque ela
queima energia e libera calor para nos proteger do frio. Quando essa
energia é insuficiente, os músculos contraem-se mecanicamente, ou
tremem, gerando calor. O problema era que não se sabia como os músculos e
as gorduras se comunicavam neste processo.
Através de experiências, os cientistas identificaram dois hormônios que são estimulados pelo frio – Irisina e
FGF21 – que são liberados pelos músculos que tremem e pela gordura
marrom, respectivamente. Esses hormônios aumentam a taxa de queima de
energia das células de gordura branca humanas em laboratório, e as
células de gordura tratadas começaram a emitir calor. Uma função
característica da gordura marrom.
A
Irisina, o hormônio que é secretado pelos músculos quando tremem, foi
descoberta em 2012, por um grupo de pesquisadores da Universidade de
Harvard, EUA. Eles
identificaram-na como um hormônio que é secretado pelo músculo quanto
este é estimulado com exercício físico, que transformava a gordura
branca em gordura marrom em animais.
Experiências recentes demonstraram que os benefícios da gordura marrom vão muito além de queimar calorias. Ela pode se abastecer de triglicérides retirados da corrente sanguínea, responsável por aumentar as chances de desenvolvimento da Síndrome Metabólica, um conjunto de condições que eleva o risco de doença cardíaca, AVC e diabetes. Os adipócitos marrons sugam açúcar do sangue, o que ajudaria também na redução do diabetes tipo 2.
Cientistas agora apostam na transformação de adipócitos brancos em tecido que se comporte como a gordura marrom (gordura bege). Pesquisadores acreditam que algumas semanas em locais com temperatura baixa aumentam a atividade de um gene denominado UCP-1, que parece orientar a conversão de gordura branca em bege.
O aumento do hormônio Irisina, citado anteriormente, no organismo de camundongos obesos com taxas perigosamente altas de açúcar no sangue, fizeram com que estes perdessem peso e recuperassem o controle de seus níveis de glicose em apenas dez dias.
Cientistas agora apostam na transformação de adipócitos brancos em tecido que se comporte como a gordura marrom (gordura bege). Pesquisadores acreditam que algumas semanas em locais com temperatura baixa aumentam a atividade de um gene denominado UCP-1, que parece orientar a conversão de gordura branca em bege.
O aumento do hormônio Irisina, citado anteriormente, no organismo de camundongos obesos com taxas perigosamente altas de açúcar no sangue, fizeram com que estes perdessem peso e recuperassem o controle de seus níveis de glicose em apenas dez dias.
Em todo o caso, os cientistas estão se concentrando no objetivo de conservar a gordura marrom para sempre, ao invés de recriá-la. Eles acreditam que encontrarão tratamentos específicos, mas que estas descobertas estão a pelo menos dez anos adiante.
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