quarta-feira, 4 de março de 2015

Meio Ambiente - A caça ao Boto-cor-de-rosa

Boto-cor-de-rosa, segundo a Wikipedia, é um nome comum, dado a três espécies de golfinhos fluviais, encontrados nos rios da região norte e centro oeste do Brasil e em outros países da América do Sul: I. geoffrensis - encontrado na bacia dos rios Amazonas e Solimões; I. boliviensis - encontrado na sub-bacia boliviana e I. araguaiaensis - encontrado na bacia do rio Araguaia.

Sem entrar muito em detalhes sobre a espécie, o que mais importa neste artigo é a denúncia de que estas espécies estão prestes a entrar na lista das prováveis extinções causadas pela atitude egoísta dos homens. Eles estão virando, literalmente, "comida de peixe".
Esta atitude criminosa já é crime a muito tempo, mas agora, diante do perigo de extinção, passa a ter fiscalização mais rigorosa. Isso porque, segundo os estudiosos, a espécie está reduzindo cerca de 7% ao ano.

 

O golfinho é muito amistoso e pode ser visto facilmente de fora d'água por causa de sua cor característica. Sua carne é insossa, repleta de fibras musculares, por isso não era caçado. Pelo menos até que os pescadores descobriram que o animal é uma excelente isca para capturar o piracatinga, peixe carniceiro comercializado em mercados colombianos e no norte do Brasil. 
Eles são mortos à noite, o que dificulta a punição dos criminosos, mas com a ajuda da ciência, espera-se que este quadro mude.


Testes feitos no conteúdo estomacal do piracatinga, provaram que botos e jacarés, animais protegidos por lei, tem sido mortos para virar isca na pesca. Geneticistas abrem o peixe e analisam o conteúdo das vísceras. Nelas, traços de DNA de botos e jacarés são detectados. Desta forma, mercados que comercializam o peixe são acusados de cometerem dois crimes: o de comercializar o piracatinga e o de apoiar a matança de animais protegidos por lei.
Isso pode dar uma pena de até três anos de prisão, fora a multa, que varia de R$700,00 a R$100.000,00. Se o crime for detectado em um frigorífico, o dono será acusado de receptação de produto proibido, formação de quadrilha e lavagem de dinheiro. A pena e a multa são as mesmas anteriores e o comércio pode ser fechado. Para o pescador além da prisão e da multa, caso seja provado que utilizou a isca de boto ou jacaré, outra multa de R$5.000,00 será acrescida às anteriores.

Piracatinga - Pesca e venda ilegal

Piracatinga em seu habitat

Os responsáveis por fiscalizar esta prática ilegal, o IBAMA, o Ministério Público, o Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas e o Ministério do Meio Ambiente, afirmam não ter gente suficiente para fiscalizar os rios da região amazônica, então a saída será a fiscalização do comércio do Piracatinga, principalmente nos frigoríficos. Estima-se que mais de 1.500 toneladas seja exportadas apenas para a Colômbia, todos os anos. Nos restaurantes e mercados, o Piracatinga é vendido com outro nome, "douradinha" para disfarçar.
O boto é utilizado como isca porque, ao contrário da carne de boi, que também poderia ser utilizada, ela é gratuita. Outra vantagem é o cheiro que atrai enormes cardumes, facilitando a pesca.

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